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Relatório 'PIB do Esporte Brasileiro' mostra potencial da indústria esportiva brasileira

Responsável por R$ 183,4 bilhões de movimentação econômica em 2023, esporte representa 1,69% do PIB do país

Por Comitê Olímpico do Brasil

26 de jun, 2025 às 17:03 | 5 minutos de leitura

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O auditório do Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Parque Aquático Maria Lenk, recebeu nesta quinta-feira, 26 de junho, um encontro entre autoridades, dirigentes esportivos e profissionais da iniciativa privada para o lançamento do Relatório PIB do Esporte Brasileiro – Relatório Nacional da Economia do Esporte. Produzido pelo Instituto Sou do Esporte com base em um estudo que vem sendo realizado desde 2020, o relatório tomou 2023 como ano base para mostrar que a indústria do esporte movimentou R$ 183,4 bilhões, o equivalente a 1,69% do PIB nacional, consolidando o segmento como um dos motores relevantes da economia brasileira.

Convidado a discursar na abertura do evento, o Presidente do COB, Marco La Porta, comemorou a iniciativa do Instituto Sou do Esporte em produzir o documento, que o enxerga como uma referência para o embasamento de um projeto de Nação Esportiva. “Este relatório tem números que mostram o impacto de cada uma das entidades - federações, clubes, atletas – na economia gerada pelo esporte brasileiro e traz mais força para o nosso discurso. O impacto que tem este investido seja de recursos públicos ou privados”, analisou La Porta.

Para ele, no momento de discussões no âmbito do Legislativo em Brasília sobre a abordagem do Poder Público ao esporte, esta análise da pujança do ecossistema mostra o quanto é importante analisar o esporte como uma ferramenta que precisa de recursos para desempenhar seu papel da forma mais benéfica para a sociedade. “A representatividade do esporte pode e deve ser ainda maior em nossa sociedade e isso acontecerá de maneira natural a partir do momento em que se entenda que investir em esporte é investir em saúde, em educação, em segurança”, exemplificou.

A metodologia do relatório foi feita com em conjunto com a consultoria da EY. A estimativa para o cálculo foi pela ótica da renda, tendo como base dados oficiais como os gerados por Receita Federal, IBGE, CNPJs setoriais e órgãos de fomento. A isso se somou a coleta de dados em bases públicas e através de questionários enviados para instituições esportivas. Para completar, os cálculos também consideraram os dados da Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB), Lei de Incentivo ao Esporte, Secretarias e Ministério, e da Loteria Federal. De acordo com o levantamento, os segmentos que mais contribuíram para o PIB foram o comércio de artigos esportivos (52%), atividades recreativas (25%), indústria (13%) e mídia & publicidade (7%).

Para Fabiana Bentes, Presidente do Sou do Esporte e idealizadora do estudo, resta claro após a análise que o esporte no Brasil deve ser tratado como um investimento de enorme retorno. “Primeiro podemos falar dos empregos, que é o que move as famílias. São 3,3 milhões de empregos diretos só de CLT. E podemos pensar que além disso ainda temos MEI e uma grande rede informal, ambulantes. Então a geração de emprego é ainda maior”, informou Fabiana. Mais que isso, o estudo chegou a uma razão entre valores aplicados e dinheiro gerado que impressiona. “Existe uma multiplicação. De R$ 1 para R$ 23 de retorno. Mais de 20 setores da economia são impactados pelo esporte. Isso é muito relevante”, reforçou. E em se tratando diretamente de recursos públicos, não há como contra-argumentar sobre isso. “O principal – e é por isso que batalhamos pela Lei de Incentivo ao Esporte – é que R$ 1 de investimento retorna mais de R$ 12 para a economia! Não podemos fazer uma reforma tributária que trate isso como despesa. Isso é investimento. Já temos as questões sociais do esporte e hoje nós temos também o argumento econômico”, enfatizou.

Por isso, a expectativa do Sou do Esporte – e da comunidade esportiva do Brasil - é que este seja um primeiro passo para a consolidação de uma indústria esportiva perene no país. “O esporte tem que ser levado a sério. Este é o mote da nossa campanha. Por muito tempo ele vem sendo tratado de forma marginalizada e amadora. Cadê planejamento do país para um motor econômico tão importante como o esporte? No Brasil falamos sempre de inclusão. Mas a inclusão é uma consequência do investimento”, comentou. “Precisamos do Plano Nacional do Desporto aprovado no Senado. Isso vai dar capilaridade para os estados e municípios. Tratar com seriedade. Porque esporte não apenas transformas vidas, promove inclusão social, auxilia na segurança pública, na educação. Ele também traz retorno, gera riqueza”, resumiu.

O Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Marco La Porta, reiterou que a defesa da indústria esportiva deve envolver todos que se relacionam com ela. “É fundamental para o COB ter parceiros comprometidos com esse propósito como a Sou do Esporte, que está sempre ao nosso lado em pautas importantes como a transformação da Lei de Incentivo ao Esporte em política permanente. Um dado como esse mostra o impacto que o esporte já tem na economia brasileira, e ainda temos muita margem de crescimento. Somente conseguiremos evoluir juntos, somando forças”, finalizou.

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